sexta-feira, 9 de março de 2007

Acto do 8 de Março de 2007 em Ferrol

Mais dum cento de pessoas concentramo-nos, às 8 da tarde, no Cantom de Ferrol, este 8 de Março de 2007, num acto emotivo e cheio de significado, varias companheiras da Marcha tomárom a palavra, para dar-lhe contido o de denúncia, reivindicaçom e luita feminista ao ao acto:

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Queremos no nome da Coordenadora da Marcha Mundial das Mulheres da comarca de Trasancos, agradecer a todas as pessoas que vos achegachedes hoje ate esta praça,para compartir este acto do 8 de Março, dia Internacional das Mulheres.

Podedes observar que achegamos ate aqui múltiples objectos. Uns asociados directamente ao mundo laboral, aos distintos oficios e profesions, outros relacionados co mundo dos coidados, dos afectos e da reproduçom humana.

O primeiro mundo, o laboral, está organizado baixo um sistema global, o capitalismo, que se rige pola acumulaçom de beneficios a costa dumha produçom ilimitada e incetivando o consumo irresponsável e devastador para o planeta.

Este sistema nos coloca às mulheres, case sempre nos trabalhos menos valorados e menos remunerados.Este sistema impom jornadas laborais moi longas.

O mundo dos coidados e da reproduçom humana segue-se considerando maioritariamente, responsabilidade exclusiva das mulheres.Este mundo, o dos coidados e a reproduçom, é minusvalorado e nom se computa em termos económicos, quando é imprescindível para as pessoas.

O feminismo entra en confrontaçom com este modelo de organizaçom do mundo laboral, económico, e o mundo dos coidados e a reproduçom, e nos indica que hai que elexir, ou compartimos ou perpetuamos a discriminaçom das mulheres.

Queremos neste acto reivindicar a necessidade de compartir estes dous mundos, para isso vos pedimos a todas as pessoas que estades hoje aqui, que recolhades obxectos vinculados aos dous mundos e os coloquedes alternando-os dentro do simbolo que temos debuxado no cham।

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Antes de fazer a leitura do manifesto da Marcha Mundial das Mulheres na Galiza, queremos mandar um saudo solidário a todas as companheiras da Marcha de America latina que se estam mobilizando este dia contra o passo polos seus paises do Presidente de EEUU, expresando a repulsa à sua política de guerra e destrucçom.

Também queremos manifestar a nossa solidariedade coas companheiras da Coordenadora da Marcha Mundial das Mulheres em Marrocos, que estám levando umha campanha para levantar a condea a morte de tres mulheres iraquies,actualmente em prisom acusadas de crimes contra a seguridade do pais, pedindo a sua libertaçom imediata e o fim da ocupaçom de EEUU de Iraque.

A nossa solidariedade tamém com as 64 pessoas arrestadas em Iram durante a manifestaçom do 8 de Março, en particular a companheira Shala Entesari que se encontra en aillamento.

E queremos fazer extensivo este saudo a todas as mulheres do mundo que se mobilizam hoje,na defensa dos seus direitos por um mundo inspirado nos valores da igualdade,a paz, a justiça, a liberdade e a solidariedade.

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As mulheres temos um papel importantíssimo na economia. Realizamos a maioria do trabalho que supom o cuidado e a reproduçom humana. Este trabalho silenciado no ámbito económico, chegaria a representar entre um 15 e um 20% do PIB (Produto Interior Bruto).

O coidado e a reproduçom humana, som a base do resto da produçom económica e permitem, ao nom estar valorado, a acumulaçom e o ganho capitalista. Ademais, outorgando-nos às mulheres a exclusividade nas responsabilidades domésticas, construiu-se a escusa ao longo dos tempos, para contemplar a inclusom das mulheres no mundo laboral como algo temporal ou complementário do seu trabalho natural no fogar.

Esta divison sexual do trabalho, provocou e segue mantendo entre outras cousas, as diferências salariais, a maior presência feminina em setores laborais precarizados e na economia submergida.

Se calculáramos a quantidade de bens e serviços que umha sociedade teria que gerar para cobrir o trabalho da reproduçom e o cuidado humano veríamos que se trata dum trabalho impagável। Compartilhar esse trabalho é a única opçom para que deixe de ser discriminatório para as mulheres.

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Trata-se dumha eleiçom simples: compartir ou discriminar. Nom se trata só dumha eleiçom individual que afecta as pessoas que convivem juntas ou tenhem responsabilidades familiares, trata-se dumha eleiçom que abrangue também as estruturas económicas, sociais e políticas.

Elexir entre compartir ou discriminar, significa esquecer a acumulaçom de benefícios e capital a costa de condiçons laborais que nom permitem nem aos homens nem às mulheres, a conciliaçom da vida laboral e familiar. Significa eleger políticas que invistam e afortalem no sector público, redes assistenciais e serviços que ajudem a essa conciliaçom.

Elexir entre compartir ou discriminar significa elexir modelos sociais (educacionais, religiosos, de lecer, afectivos, sexuais, políticos...) de igualdade.

O feminismo coloca assim, a toda a sociedade numha encruzilhada onde só se podem seguir duas direcçons, a do cámbio social que permita compartilhar o trabalho que sustenta a existência da Humanidade, ou o caminho da perpetuaçom da discriminaçom das mulheres, onde a violência e a pobreza, coexistem co gasto sem medida, a ostentaçom e a depredaçom do planeta.

VIVA O 8 DE MARÇO!!!

VIVA A LUITA FEMINISTA!!!

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